As incertezas no caminho do autoconhecimento

14 de junho de 2012


Uma "folha" em branco e todo um espaço a preencher... Mas preencher com o quê?! Assim é a vida, essa folha em branco, onde posso escolher desenhar um belo dia ensolarado ou escrever uma triste história de perdas e apegos que só trazem dor e desespero. 

Infelizmente, penso que a maioria de nós escolhe ou simplesmente se deixa arrastar pelo caminho da segunda opção. Forjamos momentos de alegria para acalmar a alma que por de trás da mascara sorridente grita, clama por socorro, tentando entender o sentido de tudo que vivenciamos diariamente. São gritos oprimidos pelas cobranças de sermos bem sucedidos, aceitos, plenos e, acima de tudo, felizes. Cobranças que se perdem no tempo e somos incapazes de identificar onde tudo começou. Assumimos o personagem esperado pelo grande público da vida no palco de nossas emoções, sensações e pensamentos e esquecemos quem é o ator ou atriz que carrega em si a essência do ser. Essência essa que parece estar perdida num lugar muito distante e o caminho a percorrer para achá-la é um labirinto extremamente difícil de decifrar. Penso que esquecemos inclusive do que se trata tal essência, apenas ouvimos dizer que ela é repleta de amor e sabedoria. Acostumamo-nos com o medo, o oposto do amor. Perdemos o brilho na alma que ilumina o caminhar dos que buscam a paz interior. Perdemos a alegria de simplesmente ser. Perdemos principalmente a identidade que nos faz sentir uno com o Universo. Digo que perdemos, porque acredito que um dia tínhamos essa conexão com o Todo. Ainda hoje em meio a esse caos existencial, se nos permitirmos de verdade seremos capazes de sentir amor sem esperar nada em troca, mesmo que seja por um milésimo de segundo. A conexão ainda é possível!

Por isso, ao refletirmos sobre a vida, pode parecer que não há muito o que escolher e o que fazer, mas há uma força universal que a cada dia prova o contrário, mostrando sempre uma opção de um novo caminho a se percorrer. Existe um fluxo que nos convida diariamente a fazer parte desse movimento onde ao nos entregarmos e confiarmos nessa força maior, divina, universal (não importa o nome que se dê) estaremos novamente conectados. 

Não sei muito bem sobre essa vontade que me move e, a muitos de nós, sempre em direção a querer ser uma pessoa cada vez melhor, mas sei que ela existe e me prova que viver vale a pena. E que são as escolhas que fazemos que determinarão a qualidade de nossas vidas, sempre pautadas na esperança (essa que dizem que é a última que morre, mas que venho percebendo que é imortal) não apenas de um mundo melhor, mas de um mundo digno de pertencer a esse Universo maravilhoso e tão grandioso do qual realmente fazemos parte.


Hakima

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