As mentiras da Coca-Cola

26 de junho de 2012



Em minhas excursões pelo mundo da internet, me deparei com um livro que chamou minha atenção pelo fato de tratar sobre assunto tão atual e cotidiano. Já que o tema de sua exposição diz respeito ao açúcar, ou melhor, aos males que este vilão disfarçado de melhor amigo provoca em nossas vidas. 

Ok, eu sei que você sabe disso, eu também sei, pois não é nenhuma novidade para mim. Mas, acontece que eu nunca havia parado para ler algo a respeito. Apesar de algum tempo atrás cair em minhas mãos o livro "Sugar Blues". Todavia, confesso que não tive coragem de lê-lo. Pois, quando adquirimos o conhecimento, não dá para voltar atrás e fingirmos que não sabemos, não é mesmo?! Sim, confesso que fui covarde, ao escolher não me conscientizar das consequências do consumo do açúcar. Já que sabendo dos males teria que tomar atitudes responsáveis perante meus hábitos alimentares.

Depois desse momento de reflexão e sinceridade, gostaria de relatar algo que para mim foi uma vitória pessoal
{ok, gente... não estou exagerando!}. É que eu consegui, e isso já faz uns quatro ou cinco anos, parar com meu vício de beber coca-cola. 

Não é porque parei, que pretendo fazer campanha para que as pessoas parem de beber. Mas sinto que seria atitude responsável dizer o quanto me senti bem ao parar de consumi-la. Sendo assim, separei trecho do livro que fala sobre a coca-cola. 

Ah, claro, o nome do livro é "O Livro Negro do Açúcar" de Fernando Antonio Carneiro de Carvalho {baixe o livro clicando em seu nome}. 

Segue abaixo trecho que mencionei:

O site da Coca-Cola, o www.cocacolabrasil.com.br , tem uma seção de perguntas e respostas que  está cheia de sofismas, meias verdades e mentiras.

Citarei aleatoriamente alguns absurdos e farei um comentário em seguida a cada um deles.

"Não existem alimentos bons e ruins, e sim dietas ruins."
O que a Coca-Cola pretende com essa afirmação é passar a idéia de que você, no contexto de uma dieta saudável, pode incluir um alimento ruim, uma garrafa de Coca-Cola, por exemplo, ou um pudim de leite condensado. A simples inclusão de um copo de refrigerante numa dieta já a desequilibra, tornando-a ruim.
A Coca-Cola acha que você pode manter a dieta saudável se ao acrescentar as
calorias inúteis de um copo de refrigerante você subtrair uma porção de comida de verdade  para preservar o nível de calorias totais. Utilizando-me do vocabulário aprendido com a ADA, você estará trocando carboidratos nutritivos por carboidratos não nutritivos.

"Refrigerantes contribuem para uma alimentação sadia."
O comentário que fiz à primeira citação já responde a essa segunda, mas não me farei de rogado.
A Coca-Cola acha que o refrigerante contribui com água  e com açúcar. Essa contribuição é incompatível. Nenhum médico recomendaria refrigerante a um triatleta numa competição, porque refrigerante desidrata. O que a água da Coca-Cola dá, o açúcar que ela contém rouba.  O açúcar desidrata, desmineraliza e desvitaminiza.

"A Coca-Cola fornece carboidratos facilmente usados pelo organismo como fonte de energia."
O comentário anterior já responderia a essa também, mas de novo não me farei de rogado. Os carboidratos mais facilmente utilizados pelo organismo são glicose e frutose, açúcares simples encontrados nas frutas e no mel, e que não precisam de hidrólise: são assimilados diretamente. Sendo a Coca-Cola adoçada com açúcar refinado (sacarose), o organismo, antes de assimilá-lo terá que hidrolisá-lo ou por meio de ácido clorídrico do suco gástrico ou pelas enzimas pancreáticas do intestino delgado. Essa hidrólise é onerosa para o organismo - ela acontece em detrimento de água, vitaminas e minerais roubados do organismo.

"Coca-Cola fornece menos calorias que um copo de suco de uvas."
É verdade: logo, o suco de uvas, além de mais rico em calorias, esbanja aquilo que a Coca-Cola não tem - vitaminas, sais minerais e proteínas - e ainda combate os radicais livres da última Coca-Cola que você tomou. 

"Açúcar é seguro para a saúde, exceto pela associação para a formação de cárie."
A expressão sem comentários já seria suficiente para este absurdo. A saúde não começa pela boca? Um troço que prejudica o tecido mais duro do corpo humano, o esmalte dos dentes, o que não faz com os mais delicados? Se açúcar provocasse apenas cárie dentária, a mais vergonhosa das epidemias que afligem a humanidade, isso já não seria  motivo suficiente para banir o açúcar da mesa?

"O organismo não diferencia entre o açúcar do refrigerante e o natural, metabolizando-o da mesma forma."
Como não diferencia?! Primeiro, o açúcar natural das frutas e o do mel são
assimilados diretamente; o da Coca-Cola requer uma hidrólise onerosa para o corpo. Segundo, todos os alimentos fornecem energia na forma de açúcares naturais, ácidos graxos ou aminoácidos, logo o açúcar da Coca-Cola é supérfluo e vai forçar o pâncreas a produzir insulina extra para transformá-lo em gordura. E finalmente o açúcar da Coca vem acompanhado de um lixinho químico fino que inclui metais pesados e resíduos tóxicos. E ainda ia me esquecendo do problema das cáries. O organismo teria que ser muito burro para não notar essas diferenças.

"O tempo de contato do açúcar ou de qualquer outro carboidrato com os dentes é mais importante que a quantidade de açúcar para a formação de cárie. Os refrigerantes passam rapidamente pelos dentes."
A bactéria que produz a cárie, Streptococcus Mutans, só trabalha em parceria exclusiva com a sacarose refinada.  Qualquer outro carboidrato, não. Ela é justamente chamada pelo pessoal da odontologia preventiva de sacarose-dependente. Portanto, dizer que qualquer outro carboidrato provoca cárie é mentira da Coca-Cola: a batata-doce, por exemplo, não provoca cárie. Se o qualquer outro carboidrato for sucrilhos, biscoito recheado ou sorvete, vá lá que seja: são produtos açucarados. E também duvido que um xarope
pegajoso como a Coca-Cola passe rapidamente pelos dentes. E a saliva, ao contrário do que a Coca-Cola diz, em vez de lavar os dentes transporta a bactéria cariogênica. 

"Todos os açúcares, mesmos os naturais, as frutas e os cereais podem contribuir para a formação de cárie."
Sei não, mas sinto nessa afirmação um pouco de desespero de causa. Responderei com a citação do Dr. Humberto Gomes e Souza e Filho, cirurgião-dentista do Centro Odontológico CAARJ: A cárie dentária requer como um pré-requisito uma massa crítica de bactéria cariogênica, e essa massa crítica pode ser obtida somente na presença de sacarose, um substrato no qual a bactéria cariogênica prospera. A infecção bacteriana é necessária mas não suficiente para desenvolver a cárie, que requer a presença de sacarose . Entendeu, dona Coca? O doutor disse somente sacarose.

"A Coca-Cola não está preocupada com o lado nutritivo da coisa, mas apenas com um produto que seja associado a sabor agradável e a alegria."
Gostei da franqueza. Não está preocupada também com o lado patogênico da coisa. É melhor assumir. Está na Bíblia que nem só de pão vive o homem; está no site da Coca-Cola que nem só de pão de verdade vive o homem. Você pode ter um simulacro de pão com sabor artificial agradável e que seja associado, pelas modernas técnicas de propaganda, com a alegria de viver. Essa é a real .


Ah, e por falar em açúcar, leia o post sobre diabetes (sua causa metafísica e como preveni-la):
Diabetes - falta de docilidade na vida

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